CDTS
INCT-IDPN
Quem somos

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Doenças de Populações Negligenciadas (INCT-IDPN) é um centro de pesquisas voltado para o desenvolvimento de projetos científicos, tecnológicos, sanitários, econômicos ou sociais destinados à saúde de populações esquecidas e à margem das redes de proteção social. Esses projetos têm como objetivo cruzar o chamado 'vale da morte', o hiato entre a pesquisa biomédica e o pronto acesso dos pacientes a novos produtos, intervenções e serviços na área da saúde.

O INCT-IDPN está hospedado no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Linha do Tempo INCT-IDN & INCT-IDPN

Desafios, oportunidades e realizações

Nossa História

O INCT-IDPN surgiu do sucesso do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Gestão da Inovação em Doenças Negligenciadas (INCT-IDN), aprovado em processo aberto e competitivo estabelecido pelo Edital 15/2008, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e hospedado no CDTS/Fiocruz de 2009 a 2014.

Ao término da vigência dos INCTs originários do Edital 15/2008, o CNPq e as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) lançaram a segunda fase do Programa INCT, por meio da Chamada INCT 16/2014. Os INCTs da primeira fase foram estimulados a participar dessa nova rodada, aberta a qualquer grupo, sem privilégios. A proposta de estabelecimento do novo INCT-IDPN, também sediado no CDTS/Fiocruz, foi vitoriosa, classificando-se em 31º lugar entre os 101 novos INCTs.

Embora possa parecer algo sutil, a migração do nome do INCT de 'Inovação em Doenças Negligenciadas' para 'Inovação em Doenças de Populações Negligenciadas' representou na realidade uma grande mudança conceitual, estrutural e de visão.

Por que 'doenças de populações negligenciadas'?
O conceito de 'doenças negligenciadas', embora importante, teve como consequência uma fragmentação dos sistemas e serviços de saúde nos países afetados pelas enfermidades rotuladas como negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): equipes e serviços foram verticalizados e tornados estanques, levando a desperdício de recursos e competição, em vez de sinergia, entre os vários grupos. No final de 2004 e início de 2005, a OMS, em conjunto com o Ministério de Saúde de Uganda, patrocinou quatro seminários nas quatro regiões sanitárias do país, sobre o tema 'De doenças negligenciadas' a populações negligenciadas: para alcançar os não alcançados.
A mudança de foco de 'doenças negligenciadas' para 'doenças de populações negligenciadas' tem, na realidade, profundas implicações e consequências:
  • O foco passa de doenças individuais e individualizadas para populações esquecidas e à margem das redes de proteção social;
  • As limitações geográficas associadas a cada doença considerada negligenciada deixam de existir, pois há populações negligenciadas em todos os países, mesmos os mais ricos;
  • Esse novo conceito permite rapidamente desenvolver abordagens e políticas de saúde para novas doenças e surtos epidêmicos, como a epidemia de Zika nas Américas.

Ao iniciar suas atividades, em 2017, o INCT-IDPN passou por novas mudanças profundas. A epidemia de Zika que atingiu, entre 2015 e 2017, as Américas – e, em particular, o Nordeste do Brasil, onde foi alta a incidência de microcefalia pela doença em recém-nascidos – teve consequências dramáticas e permanentes não apenas para o nosso INCT, mas também para a Fiocruz e para o país. Constatando que nossos especialistas iriam se engajar no estudo e combate de novas emergências sanitárias, convocamos o Comitê Gestor do INCT-IDPN para uma avaliação da situação em reunião realizada no CDTS/Fiocruz em 24 de agosto de 2017.

As mudanças aprovadas pelo Comitê Gestor, que podem ser acessadas na ata da reunião, permitiram ao nosso INCT conseguir recursos, constituir equipes e enfrentar desafios relacionados à Zika, Chikungunya, dengue e, posteriormente, Covid-19 e seu vírus causador, o SARS-CoV-2, gerando resultados e entregas que se refletem na excelente produtividade do Instituto.

Esquemas-INCT

Estrutura de Gestão

A concepção e estruturação do INCT-IDN seguiram o modelo proposto em 2006 por Richard Mahoney e Carlos Medicis Morel. Esse modelo definiu:

  • I) três tipos de 'falhas' nos sistemas de saúde – de ciência (hiato de conhecimento), de mercado (hiato de recursos) e de saúde pública (hiato de boas práticas);
  • II) as inovações necessárias para combatê-las, objeto das atividades de pesquisa e desenvolvimento dos projetos;
  • III) os atores potencialmente aptos a desenvolvê-las;
  • IV) a matriz 'Falhas | Inovações | Atores', usada como base conceitual e estratégica do Instituto Nacional.

Matris_INCT-IDPN_CDTS

Essa base conceitual, adotada como estrutura de gestão no INCT-IDN, foi mantida como um dos pilares do seu sucessor, o INCT-IDPN, e representou o alicerce para inclusão desses Institutos Nacionais no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, atualmente com o nome de ISPN - Inovação em Saúde de Populações Negligenciadas.

Equipe Gestora

Coordenação:

  • 1. Carlos Medicis Morel, pesquisador sênior da Fiocruz, idealizador e coordenador do INCT-IDN e do INCT-IDPN (2009-atual);
  • 2. Marcio Lourenço Rodrigues, especialista da Fiocruz, vice-coordenador dos INCTs (2009-2019);
  • 3. Thiago Moreno Lopes e Souza, especialista da Fiocruz, vice-coordenador do INCT-IDPN (2019-atual).

Comitê gestor:

  • 1. Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, da Fiocruz/Brasília (2009-atual);
  • 2. Erika Santos de Aragão, da Universidade Federal da Bahia (2021-atual); Adriana Diaféria, do Grupo FarmaBrasil (2009-2021);
  • 3. Gerson O. Penna, da Fiocruz e Universidade de Brasília (2009-atual);
  • 4. José R. Carvalheiro, do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (2009-atual);
  • 5. Moisés Goldbaum, da Universidade de São Paulo (2009-atual).
Parceria CDTS-INCT

A concepção, o planejamento e a implementação do CDTS, um dos projetos estruturantes da Fiocruz, ocorreram em paralelo à implantação do INCT-IDN e do INCT-IDPN, abrigados, desde o início, no 'projeto CDTS'. Esses novos entes, CDTS e INCTs, fortaleceram-se mutuamente, constituindo modelo de parceria estratégica com benefícios de parte a parte, pela complementaridade tanto de missões e visões estratégicas, quanto dos recursos necessários – humanos, físicos e financeiros.

Nessa parceria, pode-se destacar que:

  • o foco do CDTS em ciências translacionais, voltado para a transformação de conhecimento em produtos, intervenções e/ou políticas, é um poderoso esteio à missão do INCT, que abriga o desenvolvimento de entregas essenciais para as populações negligenciadas;
  • o recrutamento, treinamento e fortalecimento dos recursos humanos do CDTS e dos INCTs caminham em paralelo, uma vez que bolsistas recrutados nacional e internacionalmente, por meio de vários programas de bolsas, tornam-se candidatos naturais a oportunidades diversas da Fiocruz (concursos públicos, apoio pelo Programa Inova Fiocruz, etc.).