Nesta semana a Fiocruz/CDTS recebeu a visita da Vice-Prefeita de Shenzhen, Wu Yihuan, na segunda-feira, dia 24 e, nesta quinta-feira, dia 29, realizou o "Segundo Workshop Acadêmico do Centro de Pesquisa e Prevenção de Doenças Infecciosas – IDRPC” junto com a Academia Chinesa de Ciências. Foram dois dias de troca de conhecimento e celebração sobre a continuidade da cooperação Brasil-China em desenvolvimento em saúde. Na recepção e à frente das negociações com as comitivas chinesas, ao lado do Vice-Presidente da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger, esteve o coordenador Geral do CDTS, Carlos Morel.
“Embora nossa cidade seja bastante nova, com 40 anos, uma de nossas prioridades são o combate às doenças infecciosas. E assim, queremos investir em intercâmbio de profissionais gabaritados em pesquisa para prevenção e luta contra esses males”, declarou Yihuan.
Wu Yihuan, a Vice-Prefeita, lidera em viagem pela América do Sul a delegação de políticos chineses da cidade de Shenzhen, uma das maiores do país. Em visita ao campus da Fiocruz no Rio de Janeiro, foram convidados a conhecer as instalações onde serão alocadas as Plataforma de Sequenciamento MGI/BGI, fruto de parceria entre Brasil e China. Conheceram também as obras do prédio do CDTS.
Já, nesta quinta, dia 27, a Fiocruz e a Academia Chinesa de Ciências realizaram o segundo workshop acadêmico da China no Brasil. O primeiro foi em julho de 2017. Na ocasião, pesquisadores chineses apresentaram seus estudos sobre doenças infecciosas aos pesquisadores brasileiros da Fiocruz.
“É importante celebrar a continuidade desta parceria e fazer esse debate sobre o futuro e passado sobre a colaboração entre Brasil e China. Eles mostram o que tem de diferenciado em suas pesquisas, e assim, prospectam a cooperação o desenvolvimento de projetos. Para nós, uma forma de pensar é sobre a transferência de tecnologia para o aperfeiçoamento de pesquisas no Brasil”, explica Thiago Moreno, pesquisador do CDTS.
Com destaque para Song Hao, com o trabalho “Mecanismo de entrada viral do vírus Chikungunya”, realizado em parceria com o CDTS/Fiocruz, através do pesquisador Leonardo Vazquez, estiveram presentes: Cheng Gong (“Estudo sobre o mecanismo de infecção por vírus tropical”), Zhong Jin (“Desenvolvimento da vacina profilática contra o HCV”), Wu Yan (“Estudo sobre o anticorpo protetor de Bunyavirus”), Shi Zhengli (“Corana vírus – CoV – associado a doenças animais e humanas”), Shi Yi (“Replicação do vírus da Influenza e o desenvolvimento de antivirais”), Zhu Shu (“Interação na saúde e doenças do vírus Intestinal Immune-Enteric”).
A colaboração oficial entre Brasil e China foi iniciada em fevereiro de 2018, pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em uma cerimônia realizada em Shenzhen. Desde então, os parceiros reforçam os laços com visitas mútuas, publicações em revistas e comunicação constante sobre interesses compartilhados. Entre as demonstrações de parceria, o Instituto Genômico de Pequim emprestou duas máquinas de sequenciadores genéticos de última geração para a Fiocruz. Esta é a primeira remessa desse tipo para o Brasil. O equipamento deve entrar em operação em Bio-Manguinhos nos próximos meses. Os outros parceiros são o Laboratório de Microbiologia da Academia Chinesa, a empresa ZTEICT e o Terceiro Hospital Popular de Shenzhen.
“Para nós, dar continuidade a essa parceria, na qual esperamos poder mostrar mais o que fazemos e também saber mais sobre o que e como o Brasil desenvolve na área da saúde, é importante. Nossos encontros são para conversar sobre essa colaboração, discutir o melhor caminho para que, a colaboração continue e que, no futuro tenhamos mais intercâmbios como esses, mais pesquisas e publicações de artigos em conjunto”, ilustra o pesquisador Shi Yi.
Após a visita à Fiocruz do Rio de Janeiro, os pesquisadores foram à Manaus para conhecer os laboratórios e discutir o desenvolvimento de projetos de colaboração internacional.
“Um dos pesquisadores, enquanto estava trabalhando na China nos mostrou um vídeo do trabalho feito da Fiocruz em Manaus. Uma estação de pesquisa em um barco. Isso é incrível! Queremos conhecer como recolhem as amostras e trabalham nelas por lá”, explica Yi.
Entre os novos projetos propostos para esta parceria entre os países está o CEEID, Centro de Excelência em Doenças Infecciosas Emergentes, um esforço conjunto com a Academia Mundial de Ciências para aumentar a prontidão para novas epidemias.
*Ver notícia no site da Fiocruz